segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Somos todos indígenas

Pine Ridge é uma reserva indígena do povo Oglala/Lakota nos Estados Unidos, localizada na Dakota do Sul, com uma vegetação marcada por gramíneas e formações rochosas antigas. Alí, o clima é bem intenso, com violentos ventos e temperaturas extremas no decorrer do ano, o que faz a vida lá mais díficil ainda, pois esta é a região mais pobre dos Estados Unidos, com uma expectativa de vida que não passa da casa dos 40 para ambos os sexos. O que não faz a vida lá muito fácil pode ser traçado por séculos de dizimação dos povos indígenas e sua cultura, falta de ajuda governamental, falta de recursos, drogas e assim por diante. Mas, a primeira causa é a que trouxe todas as outras, a vinda dos imigrantes europeus trouxe muita dor para os primeiros povos desta terra (e de outras, como no Brasil), a cultura cristã européia foi imposta a eles, a língua proibida de falar, suas terras diminuidas e o povo renegado às piores terras, aquelas que o governo não via muita ultilidade, seu principal alimento, o búfalo, foi dizimado e substituido por gado. Enfim, a pobreza não difere muito da do Brasil, vemos no olhar das pessoas a dor de séculos de sofrimento, ficando um sentimento de amargura no ar. Mas, há esperança, porque existem pessoas boas neste mundo, pessoas como Bryan Deans, quem nos recebeu de braços abertos em sua terra, nessa jornada de permacultura, agricultura orgânica, conexão e esperança por um mundo melhor. Bryan, Oglala/Lakota, possui um rancho na reserva, onde ele tem tentado começar a mudança, lá, ele tem tentado criar um centro de estudo de Permacultura e de revitalização da cultura e linguagem Lakota, ele tem vários projetos em andamento, que procuram ultizar energias alternativas, como biodiesel, e recuperar os passos perdidos pelo caos da colonização. Passamos quase um mês lá, ajudando a concertar as coisas, fazendo novos projetos, cozinhando, cuidando dos animais, participando da vida como ela crua, dura e linda. Pouco a pouco as pessoas foram chegando e cada nova pessoa trazia uma nova onda de energia, o que nos ajudava a seguir em frente, foi muito lindo ver a força de vontade de todos que apareceram por lá para ajudar, foi realmente incrível, foram construidas várias estruturas permanentes, reformamos a cozinha, plantamos, colhemos, comemos do jardim, entre tantas outras coisas. Esse foi um evento que marcou muito como as coisas tem sido aqui, mais e mais as pessoas tem procurado os conhecimentos indígenas para sua própria cura e para cura do mundo, onde estamos no momento, onde chegamos, num estado de dizimação da casa que habitamos. Esta na hora de colocarmos mais matéria orgânica no solo, nos curarmos com plantas medicinais, voltarmos a nossas raízes, plástico, fumaça e marcas não trazem felicidade. Precisamos nos unir para deixarmos um mundo para as próximas gerações. E foi isso que fizemos e o resultado... Nossa. Foram pessoas de todas as cores que apareceram, um arco-íris, e foi lindo, porque somos todos um, um dia viemos do mesmo lugar e um dia estaremos todos juntos de novo, então precisamos cuidar da nossa mãe, da nossa casa, para termos um futuro. e